sábado, 19 de fevereiro de 2011

Macarrão com Calabresa

Esta é uma receita já feita duas vezes, por isso apresentarei duas versões dela:

Versão 1: ESTUDANTE DE MEDICINA
um pacote de macarrão (usei o padre-nosso, mas pode usar o ave-maria...daí depende do pecado cometido..XÉS)
uma calabresa
uma lata de molho de tomate (ou um saquinho, ou qualquer tipo de embalagem que contenha molho de tomate industrializado)
Cozinhe o macarrão de acordo com os sagrados mandamentos do pacote. Escorra. Frite a calabresa cortada em cubos durante uns cinco minuto (quando digo fritar, não é mergulhar em óleo assim como batata do Méqui, mas sim deixá-la durante um tempo em uma panela quente com umas duas colheres de óleo). Calabresa pronta jogue o molho de tomate e deixe até ferver. Adicione em torno de meia xícara de água ao molho para que ele não fique espesso demais. Tempere com sal e ervas o suficiente. Coloque em cima da massa cozida e polvilhe queijo ralado.

Versão 2: NEUROCIRURGIÃO
500g de massa fresca do tipo linguine
5 tomates italianos frescos cortados em cubos
1/4 de cebola picada
3 dentes médios de alho
4 colheres de sopa de azeite extra virgem
1 linguiça calabresa ou dois gomos de linguiça de pernil
queijo parmesão ralado na hora
folhas frescas de manjericão verde e roxo
Cozinhe a massa e escorra. Refogue a cebola e o alho no azeite. Frite a calabresa ou a linguiça muito bem (vide neurocisticercose). Acrescente os tomates em fogo alto por apenas dois minutos. Desligue o fogo e acrescente as folhas de manjericão picadas grosseiramente. Em um prato de porcelana branca, coloque a massa, regue com o molho e rale o parmesão por cima. Decore com ramos de manjericão roxo.

Estou com fome, esperando uma pizza de 10 reais no momento e sem dinheiro para pagá-la...adivinhe qual a versão que já fiz duas vezes?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Chicken Chess

Chegando ao final do segundo semestre de 2010, decidi que uma despedida decente da turma deveria contar com comidas dignas de livros de receita. Assim a discussão foi entre eu (mim?? Ahh o vestibular já é passado) e Davi, um grande amigo da faculdade e parceiro nas atividades culinárias. Ela girava em torno de qual seria o grand menu. Começamos com carne assada, salpicão, sobremesa de chocolate e cookies para o café. O tempo foi passando, o dinheiro acabando e a razão retornando às nossas mentes. Afinal fazer esta ceia de natal seria arriscada e exagerada para nossos humildes padrões. O que era pra ser um banquete virou uma comida fácil, porém gostosa, pensada de última hora, sem os grandes e pretenciosos planejamentos da idéia inicial.
O plano era ir à casa de um amigo, que contava com cozinha, panelas, espaço e disposição de nos receber, e cozinhar um frango xadrez para umas dez pessoas.

A receita que segue, apesar de ter sido feito para o número de pessoas mencionado acima, é recomendável para no máximo umas 8, para que se coma à vontade mesmo (e com arroz).

Usei dois peitos de frango. Dica: o filé de peito é muito prático, mas de alto custo. Se quiser conforto e praticidade ok. Mas pode economizar comprando peito com pele e osso. Daí você limpa a peça, tirando a pele e o osso e corta a carne em cubos. Se você juntar à carcaça ervas, alho, cebola numa panela com água e ferver tudo junto, e depois coá-los obtêm-se um ótimo caldo de frango para ser usado em receitas futuras ou no simples cozimento do arroz. É natural e sem o excesso de sódio presente nos tabletes industriais (vide Knorr)  que lhe deixará hipertenso daqui alguns anos.
A carne pode ser temperada com o que quiser. Sal, alho, gengibre e ajynomoto são o ideal. Mostarda, como tempero, cai bem com frango. Após isso se deve refogar o frango numa panela grande o suficiente. No início se juntará no fundo bastante água do cozimento. O ponto é quando essa água secar e a carne começar a dourar.

Não conheço esta receita em sua forma pura e imaculada. Assim o modo como apresentarei o restante desta forma geométrica de se preparar um frango é uma sugestão que fica gostosa mas que não é fiel à preparação oficial.
Para acompanhar a carne coloque legumes. Muitos. Vagem, cenoura, pimentões das três cores, cebola, etc. Cozinhe-os em ordem decrescente de tempo de cocção (cozimento para os íntimos). Ou seja, primeiro a cenoura e vagem cortados em fatias ou rodelas grandes, depois os pimentões e por último a cebola. Prefiro que estes ingredientes não fiquem moles e sim crocantes, por isso não os deixe tempo demais no fogo.

O molho é feito com shoyu, água e amido de milho (maisena ou maizena). Água e shoyu entram na proporção 2:1, ou seja, duas medidas de água pra uma medida de molho de soja. Para a quantidade descrita acima usei uma garrafa pequena de shoyu. Dissolva duas colheres de maisena em um pouco de água e leve tudo ao fogo misturando sempre. Ele vai engrossar e escurecer. Se ficar muito ralo, coloque mais maisena dissolvida em agua. Se ficar muito grosso coloque mais água ou molho de soja. Jogue o molho na mistura de frango com legumes, adicione amendoim torrado e coma.
Cuidado! O shoyu é bem salgado, por isso adicione todos os ingredientes sem salgá-los. No final da receita, se houver necessidade acrescente à gosto.

Para saber se gostaram ou não do prato atente-se à seguinte reação: se não comentarem sobre o prato enquanto comem, significa que ficou muito bom. Afinal, estão mais preocupados em comer do que emitir suas críticas e opiniões acerca da receita, de você, do seu time, do novo eliminado do BBB, do preço do barril de petróleo.....

PS: evite isso servindo o frango após algumas horas de espera. A fome é maior do que a necessidade de se expressar.



O frango xadrez acima ficou muito bom. Tanto que a receita chegou à Austrália, fazendo sucesso nas mãos de Bruna (autora do layout do blog) em sua versão heroica: Chicken Chess à la She-ra.


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tips

Após duas receitas um intervalo para a digestão...

Na realidade é uma dica para quem, como eu:
- cozinha ouvindo música;
- limpa a casa ouvindo música;
- fica na internet ouvindo música;
- ou simplesmente ouve música.

A rádio pela internet: Indie 103.1
É muito boa, toca música intensamente, sem intervalos tediosos e longos e sem repetir o mesmo sucesso três vezes na mesma hora.

Agora se você gosta de futebol e cozinhar, uma dica de leitura:
E se você só gosta mesmo de futebol o blog em si é muito bom.

Próxima receita: Frango xadrez da turma V.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

AAHHH... a sobremesa!

Adoro fazer doces. Daí quando pensei em sobremesa mil receitas inundaram minha mente como um rio caudaloso (uau que frase poética!).
Ok, “Pablo Neruda mode off”.
Enfim, como tinha maçã pensei em fazer uma receita da minha mãe que foi adaptada de uma receita da minha vó (cozinhar é de família caros amigos). A massa é de uma torta de banana que minha mãe resolveu rechear com maçã picada, canela e açúcar e moldar num formato novo, como se fosse uma trança (a esse formato se dá o nome de “catarina”).
Só que em vez de trançar a massa eu resolvi usar pedaços pequenos e fazer tipo uma trouxinha. Não fica lááááá essa lindeza, mas é interessante.
A receita da massa que vou passar é oficial e dá umas três tranças grandes ou umas 14 trouxinhas:
16 colheres de farinha de trigo
8 colheres de açúcar
1 colher de fermento em pó
1 ovo
1 colher de margarina
1 xícara de leite
1 colher de vinagre (pode não colocar ou substituir por limão e suas raspas, fica bom)

Isso tem que ficar uma massa firme que não grude nas mãos. Se não ficar coloque farinha até ficar. Reserve.

O recheio é maçã picada em cubinhos (ou sólidos irregulares de seis faces, afinal não se sabe se algum físico nerd está lendo este blog..). Não é necessário descascar, mas se não gostares da casca...
Misture essa maçã com canela em pó (à gosto) e açúcar.
Aí chegamos à uma parte que exige um pouco mais de habilidades manuais. Divida a massa em pedaços do tamanho de uma bolinha de ping pong (foi a primeira coisa que me veio à cabeça pra fazer a comparação). Abra ela em círculos ou em pseudo-círculos, coloque uma colher do recheio e puxe as bordas pra cima formando uma trouxinha. Coloque para assar em forno médio.
A trança é complexa de ser ensinada por textos. Se um dia eu tiver paciência e tempo posto um tutorial em vídeo (ahamm... senta lá cláudia).
Ou senão forre uma forma grande, coloque todo o recheio e com a massa restante faça tiras de massa e quadricule por cima do recheio. Não é necessário untar a forma.

Segue uma foto da receita, que eu fiz no dia em que comecei a escrever esse blog, ou seja, hoje (eita empolgação!). A aparência de queimado não é porque eu fui besta e esqueci a receita no forno. É porque eu fui besta e esqueci de ver se meu forno estava funcionando direito. Ele costuma liberar uma fuligem preta durante o uso. Mas eu experimentei e o gosto está normal. Pra dar uma disfarçada polvilhei açúcar por cima. Fica bonitinho.

Dica:
A receita da massa é um bombril doce: tem mil e uma utilidades (tá ok, só três que eu consiga me lembrar).
Se cortada em tirinha, frita em óleo e polvilhada com açúcar e canela, vira bolinho (tirinha) de chuva.
Se recheada com doce de banana, vira torta de banana (receita original da minha vó).
Se assada pura vira biscoitinhos doces para o seu café da tarde. (Mas, meu chapa, se você se dá ao luxo de ter um café da tarde não precisa desta receita pra lanchar, basta abrir sua despensa cheia de petit fours).




Não está queimada! Acreditem!

Receita Estopim

Como disse no texto acima, a ideia de construir um blog de culinária fulera (mas boa) para estudantes, veio no momento de reflexão sobre o que jantar hoje à noite.

Minhas aulas só se iniciam na próxima semana, mas como dedicada veterana que sou, estou aqui desde a semana passada para receber os queridos bixos. O resultado de toda esse esforço, dedicação (e desespero por sair da casa dos pais) é ser deixada "alone in the dark" pelos seus colegas de turma que adoram as férias (!).
Assim me encontro no meu apê modesto em São Carlos somente com um companheiro de turma, cuja presença no meu jantar de hoje é a causa de tudo isso.
Marlon (meu companheiro de turma) virá jantar hoje em casa. Após longas horas atualizando meu twitter, consultando meu facebook e respondendo ao MSN, resolvi, durante o período em que descansei destas complicadas tarefas, olhar minha reserva alimentícia. Resultado: macarrão, tomate, maçã, farinha, ovo, açúcar e temperos (apesar da miséria e sofrimento na hora das compras, conto com um estoque de temperos básicos*).

Assim o menu de hoje será:
- Entrada: pela porta mesmo.
- Prato Principal: macarrão com molho de tomate e manjericão fresco. Queijo ralado opcional.
- Bebida: refri (ou suco de pózinho, mas eu odeio).
- Sobremesa: trouxinhas de maçã.

Adoráveis e persistentes leitores, não se enganem. O nome é pra impressionar. A descrição dos pratos abaixo servirá para acabar com a ilusão de que estes são quitutes finos e para aliviar seu desespero quanto ao custo e trabalho das receitas. 

É o seguinte:

Macarrão com molho de ...blá, blá, blá.:
Cozinhe o macarrão que será suficiente para o número de pessoas que vão comer. Aqui farei para duas pessoas normais, mas é sabido que às vezes recebemos convidados semelhantes a touros em nossa residência com o objetivo de saciar a fome de três meses, portanto atenha-se ao nível de fome dos dito cujos.
Bom, aqui foi meio pacote de macarrão. Use qualquer tipo e de qualquer marca. Só não recomendo o ninho, que é bem complicado de cozinhar, pois corre o perigo de grudar tudo e formar uma maçaroca no final.
Cozinhe em uma panela com bastante água (1 L pra cada 100g de massa) e esqueça o segredo de colocar óleo na água do cozimento. Se você não dormiu nas aulas de química (ou seja se você passou no vestibular sem trambicagens) sabe que água e óleo não se misturam (água polar e óleo apolar não rolam). Portanto ao colocar óleo ele ficará boiando na superfície da água fervente sem efeito nenhum no macarrão. 
Agora se você acredita religiosamente no papel do óleo para o cozimento perfeito do macarrão, vá em frente. Não vai dar errado também. 
Enfim: macarrão na água fervente, misture bem ao colocar e durante todo o cozimento (tempo indicado na embalagem ou descoberto a partir das provas da massa a cada minuto).
Escorra após cozinhar e pronto.
Para o molho refogue 1 a 2 dentes pequenos de alho, (cebola opcional) e coloque 2 tomates picados em cubos grandes. Em fogo alto deixe o tomate cozinhar rapidamente para que ele se mantenha inteiro. A tentação é grande mas não fique misturando. Coloque umas 7 folhas de manjericão (ok sem preciosismos: coloque o quanto quiser de manjericão). Fresco se possível, pois o seco é tenso amigo.
Para fazer uma montagem bonita coloque o macarrão cozido no prato, jogue o molho por cima, polvilhe queijo e decore com folhinhas do tempero. Coma.




* Pequeno gafanhoto, segue abaixo uma lista de temperos ótimos e essenciais para mim. São opcionais.
Manjericão, salsa, cebolinha frescos.
Sal (dããr!)
Canela (para doces em geral)
O resto pode ser usado seco mesmo.



P.S: trouxinhas de maçã em breve.