quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Soneto de chocolate

Do 250g chocolate e calor fez-se o ponto
Derretido com 200g de manteiga, reservados
Após em um pote, bem misturados
Da primeira etapa, se fez pronto.

De repente de cinco claras se fez neve
Longe delas, 100g de açúcar e cinco gemas,
Bem batidas em uma mistura muito leve.
Desta forma transformadas em poemas.

Chocolate, gemas, clara, bem se apure
Misturadas uma a uma com primor
Um mousse que queria que fosse

E que duas horas em geladeira devemos pôr
Que não seja enjoativo posto que é doce
Mas seja eterno enquanto dure.



Feliz Natal!

sábado, 3 de dezembro de 2011

Para ver

Já citei um pouco do "Como se faz" um Pavê no post sobre creme doce. Após fazer a receita este fim de semana resolvi especificar um pouco mais e dar outras alternativas.
Primeiro quanto ao creme base mesmo.
Ele pode ser feito como falei no post passado: numa panela misture uma lata de leite condensado, a mesma medida de leite e três colheres rasas de maisena , levando ao fogo até engrossar, mexendo sempre (com um fuê, de preferência, que não deixa empelotar). Antes de levar ao fogo, pode se acrescentar uma gema. Só não esqueça de, ao separar a gema da clara, retire a película que envolve a gema. Algumas pessoas passam pela peneira. Não gosto. Principalmente se você forçar o conteúdo com uma colher. Prefiro estourar, segurar pela pele e deixar que só a gema escorra, até sobrar a película fininha. Ela deixa o creme mais firme ao gelar.
Quando tudo esfriar adicione um caixinha ou uma lata de creme de leite. No caso da lata, coloque-a no congelador por uma hora ou deixe de um dia pro outro na geladeira. Sem mexer muito fure a parte de baixo da lata, vire e fure a parte de cima até que o soro escorra. Pronto, creme de leite sem soro.

Existe, no entanto uma versão um pouco mais leve deste creme, que não usa leite condensado e sim leite e açúcar: Numa panela misture 1 litro de leite, 6 colheres de açúcar, 4 gemas e 2 colheres de amido de milho. Ferva, mexendo sempre até engrossar. Ao final acrescente uma caixa/lata de creme de leite. O autor desta receita, o charmoso francês marravilhoso Claude Troigros, da GNT, coloca uma fava de baunilha. Se você puder gastar 20 reais com o aromatizador do creme, sinta-se à l'aise!

Em qualquer uma das duas receitas do creme pode se adicionar uma receita de gelatina incolor sem gosto. Só que isso tira toda a cremosidade e deixa o creme gelatinoso e firme. É bom para usar em recheios de bolo e tortas, caso você faça para vender. Nesse caso fale com Ruth, minha empresária, para discutirmos a questão dos direitos autorais (e sr. Troigros que se dane...).

Ah, continuando amiguinha...
Para fazer a base do pavê pode-se utilizar bolo, bolacha champagne ou bolacha maisena mesmo.. No caso do bolo use aqueles de massa simples ou pão-de-ló (cuja receita infelizmente eu não tenho e nunca me atrevi a fazer). Recomendaria o post Um bolo. Ou mais.
Dá pra usar bolo pronto também. Aqueles do tipo Pullman. Uso o que tem. Aquele mesclado, de baunilha, de chocolate. Dá pra combinar que nem bolsa e cinto: bolo de coco com creme e coco ralado (aaah , dá pra substituir o leite da receita 1 por leite de coco), bolo de abacaxi com creme e pedaços de abacaxi em calda, e etc...
Daí coloque num pote bonito ou num refratário de vidro a base escolhida. Para não deixar aquela coisa seca embaixo molhe o bolo/bolacha numa calda de frutas (tipo de pessego ou abacaxi), leite com chocolate ou só leite, refrigerante, ou então use uma ideia sensacional: passe numa geleia de frutas. De preferência uma mais azedinha pra contrastar com o creme. Não recomendo suco natural de frutas porque pode azedar. No caso do bolo jogue uma camada generosa da geleia com um pouco de água pra deixar mais fácil de penetrar no bolo. No caso da bolacha, mergulhe-a na geleia, envolvendo-a completamente.
Aí reveze a camada de massa com o creme. Pode-se fazer uma camada única de massa e finalizar com o creme. O importante é sempre terminar com o creme.

De cobertura, utilize a criatividade (sem apelar) pra decorar e finalizar o prato. Se usei leite com chocolate pra molhar o bolo ou usei bolo de chocolate, geralmente termino com chocolate derretido ou uma camada de calda de chocolate/ganache (chocolate derretido com creme de leite).
Se usei frutas em calda decoro com as frutas, ou um pouco de geleia. Ou simplesmente faço uma farofa moendo o bolo ou bolacha e jogue por cima. Simples assim.

Uma sobremesa muita rápida, acredite. Mas o bom mesmo é fazer no dia anterior e deixar na geladeira pra !

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Atum!

Para satisfazer sua necessidade de ômega 3: receitas de atum!

Patê:
Uma lata de atum
meia cenoura ralada
meia cebola ralada
uma batata cozida (calma...)
cebolinha e salsinha a gosto. 
maionese

Em um recipiente misture o atum, a cenoura, a cebola, as ervas e outros temperos à gosto. Não recomendo colocar sal por enquanto, pois a maionese já é um pouco salgada, assim como o atum. No final corrija se for necessário.
Óquei. Batata cozida???? Como assim? 
Sim. Batata cozida. E amassada. 
Um pseudo-purê, que se adicionado na mistura para o patê, além de rimar muito bem, deixa uma textura aveludada na mistura e cumpre o papel de fazer com que se tenha um rendimento maior da receita, sem custos ou alterações no sabor. 
Quando tudo estiver bem misturado, acrescente a maionese até que a mistura se pareça com ...um patê, oras. 
Coma acompanhado de folhas de alface, no pão de forma ou francês. 

Atum com carboidrato:
Opção 1: com macarrão. Vide receita Macarrão, atum e bacon ou faça o patê acima, sem a batata e com mais maionese e use como molho do macarrão. 
Opção 2: misture o atum com arroz já cozido e pronto, adicione bastante salsinha e tempere com shoyu. Essa é pra quando acabou o pão, o ovo, e todas suas misturas congeladas e só sobrou o shoyu de meses atrás e o arroz cozido da semana. 

Salada de atum: 
Uma lata de atum misturado com dois tomates picados, meia cebola picada, sal, e muitas ervas frescas.

Torta de Atum:
Recheio: uma (ou duas pra ficar bom mesmo) latas de atum
dois tomates picados
uma cebola picada
uma cenoura ralada
meio maço de salsinha e cebolinha 
uma pitada de sal 
(por acaso é a receita de salada de atum??? né....)
Misture.
Massa: 1 xícara de óleo
2 xícaras de leite
2 ovos
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de maisena
1 colher de sopa de fermento
sal à gosto.
Bata no liquidificador ou misture bem na mão.

Despeje metade da massa numa forma untada, espalhe todo o recheio e cubra com o restante da massa. Leve para assar em forno alto até que a parte de cima fique dourada. 
Essa massa é sensacional. Use-a para fazer torta de frango (com recheio de frango), torta de frios (com recheio de frios) e torta de legumes (com legumes, ora vejam só!).



Adoro atum, que é um peixe muito prático de se fazer e ter quando se mora fora.Ou quando não se tem um utensílio fundamental na nossa cozinha (e vida) chamado mãe.

Não diria que é meu peixe preferido, pois atualmente se me perguntarem, entre mil e uma razões, minha resposta seria pacu. 
E não foi uma cantada.

sábado, 24 de setembro de 2011

T B C C E

The Best Chocolate Cake Ever!


Sério. É muito bom.
Peguei a receita na embalagem de um chocolate em pó. É sensacional puro, com cobertura, com recheio, como bolo de aniversário, com geleia....

Ingredientes:
4 ovos
1 xícara de açúcar
1/2 xícara de leite (100ml)
2 colheres (sopa) de óleo
1 xícara de chocolate em pó (não achocolatado)
1 xícara de farinha de trigo peneirada
1 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de Preparo:
Bata as claras em neve e, aos poucos, junte o açúcar e as gemas.
Misture o leite, o óleo e o chocolate em pó, aqueça ligeiramente em fogo baixo e acrescente à massa de gemas, alternando com a farinha e o fermento. Passe para uma assadeira untada e enfarinhada e asse em forno médio (180-220°C) por cerca de 35 minutos (ou até que, ao ser furado com o garfo, este saia limpo).

Depois de assado cubra com cobertura de chocolate:
meia xícara de leite, uma colher cheia de margarina, uma colher de açúcar, chocolate em pó à gosto (umas duas colheres talvez....adoro minha objetividade!).
Leve para ferver até que fique uma calda brilhante. Acrescente (ou não) castanhas picadas. Cubra o bolo quente.
Recheie com brigadeiro, o Creme Doce, frutas, ganache ou então:
Corte o bolo ao meio, passe uma geleia de sua preferência (recomendo morango), depois uma camada de chantilly. Feche o bolo; não necessita de cobertura.

Pode ser usado pra fazer pavês e bolo de aniversário. Ele é macio, fofo, úmido e não muito doce. Só não é melhor que o brownie, como bolo de chocolate, porque não é poema.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Just Spices...

(...not Girls).

Pimenta. Noz-moscada. Manjericão.
Salsinha. Tomilho. Açafrão.
Coentro. Mostarda. Sal.
Cebola. Alho. Canela em pau.
Toques finais em uma receita
Bases de uma comida bem-feita.

Atendendo a minha tara por temperos o post de hoje tratará destes nobres elementos da cozinha, capazes de transformar a mais insossa comida num prato de sabores marcantes.

Talvez você deve se lembrar das aulas de história, sobre o porquê das grandes navegações e descobrimentos marítimos.  Tem todo aquele monte de justificativa que você deve dar pra Fuvest, mas uma das razões pelas quais mães choraram, filhos em vão rezaram, noivas ficaram pra se casar, para que passassem além do Bojador, eram as especiarias.

Temperos, objetos de desejo desde o século XV. (Óquei era por necessidade e não por causa dos paladares refinados).

Mas atualmente (em que temos geladeira, freezer e bacalhau desfiado em potes plásticos), temperar a comida continua sendo essencial. Que me perdoem as pessoas (e não o Pessoa), mas até um mero ovo frito merece uma certa dedicação temperística.

Acho que é essencial termos mais do sal, cebola e alho em nossa cozinha. O trio anteriormente mencionado é base pra praticamente todas as receitas da cozinha. Afinal sozinhos eles dão conta. Mas a existência de mil temperos, a facilidade em tê-los e usá-los, são motivos pra que abandonemos a rotina sazon/alho-cebola e adotemos um estilo de vida colorido, salpicado, cheiroso e diferente.

Começo falando dos temperos secos. Práticos, duráveis, baratos e simples de usar.

Meu favorito é a noz-moscada. É muito aromática, de sabor leve, mas marcante. Se exagerar deixa a comida meio amarga.
Se tiveres acesso a um ralador o melhor é compra a noz inteira (tipo a de esquilos) e ralá-la no momento da finalização. Ou compre a em pó, que está pronta para o uso.
Geralmente, uso em tudo. Em qualquer prato salgado. Tempero o ovo, o omelete, o frango, a carne de porco ou vaca, o purê de batata, o creme bechamel (uso clássico), estrogonofe, o caldo de frango, legumes cozidos. Acho que só não combina (talvez porque nunca testei) em saladas e pratos frios. A quantidade exata... não é comigo, mas pra se ter uma noção deixe a comida com alguns de pontinhos pretos.

Pimenta-do-reino é outra coisa muito presente. Se você assistir a qualquer programa de receita (principalmente com chefs estrangeiros) verá que em todo, TODO, prato salgado o tempero-base é salt and pepper. Usa-se, geralmente, em carnes em geral, molho de salada, caldos, sopas e enfim. Tome cuidado pra não por demais. 
Posteriormente vou comentando o uso de cada tempero. Afinal são muitos. E, modéstia ao lixo, como já dizia um amigo meu, conheço boa parte deles.

Especiarias. Não é preciso cruzar o Atlântico para tê-las.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Receita Dadaísta

Pegue na geladeira
Pegue na faca e frigideira
Escolha os ingredientes que estão guardados há mais de uma semana
Descasque os legumes, separe o presunto e queijo, fatie a linguiça e quebre o ovo
Corte-os em seguida, com atenção, e meta-os numa panela com óleo e temperos.
Mexa suavemente
Acrescente o arroz pronto do almoço
Esquente conscienciosamente na ordem em que os ingredientes foram colocados
Finalize com um pouco de farinha de milho e ervas frescas.
E assim temos uma receita infinitamente original e de praticidade fascinante, mesmo que incompreendida.


Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj081Q6koE-ck19XZ-re0tBs2Mp2LVsgARM98K_yLlzxIgSqZ4FE6mX7hvIK7uOKPOal32iNklfNcQXu5W_N5sCytJBAG2zd7W_qC1iXxGVFLo7Kk4WqHDfNvybqZSl0WJfarf9cJ1TgJVl/s1600/nt.jpg

Versão de vanguarda do clássico familiar "patchoca", prato refinado feito 
com o que há disponível mais as sobras do almoço com o intuito de evitar desperdícios. 


Isso é o que podemos chamar de receita-artístico-literário-ecológica!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

I like baconzitos

Mentira.

Não é porque não gostamos de certa comida que devemos excluí-la completamente de nossas vidas. Por isso resolvi exercer minha tolerância e ignorar minha repulsa por bacon para publicar receitas que levam (e precisam) deste gorduroso e defumado ingrediente.
A primeira recita é um clássico das amonetárias noites sancarlenses:

Macarrão com molho branco, atum e bacon.
(invenção do sr. Gomes...)
Um pacote de macarrão
uma lata de atum,
duas caixas de creme de leite
Bacon a gosto
Cebola, alho, noz-moscada e sal para temperar
Frite o bacon até ficar dourado (não é necessário o uso de óleo), jogue a cebola e o alho até fritar bem. Misture o creme de leite e o atum até esquentar, tempere com sal e noz-moscada à gosto e use como molho no macarrão cozido. Polvilhe queijo ralado.

Feijão gordo
Duas xícaras de feijão cozido
Alho, cebola, sal e uma folha de louro
Meia calabresa picada em cubos ou rodelas
Uma colher de bacon picado
Salsinha e cebolinha a gosto.
Frite o bacon até que ele doure e solte um pouco da gordura. Frite a cebola e o alho. Adicione a calabresa e depois de bem cozida siga com o feijão e o louro. Acrescente água necessária. Lembre-se que com o cozimento o caldo engrossa, mas não adicione mais do que duas xícaras de água (de preferência a usada no cozimento anterior do feijão).
Com o caldo encorpado finalize com as ervas frescas e o sal à gosto. Coma acompanhado de arroz, salada (ou couve refogada) e farofa.

Uma atitude prática que aprendi com minha mãe é comprar uma peça de bacon (escolha aquela com mais carne e menos gordura; olhe a espessura da faixa de gordura e imagine se ela preenche totalmente suas artérias); cortá-la em cubos e levar pra congelar numa forma (todos os cubos separados). Depois de congelados coloque-os num saquinho e conserve no congelador por muito tempo. Cada vez que for usar, retire a quantidade suficiente já picada e guarde o restante. Dependendo do seu nível de tendência suicida no consumo do bacon, ele poderá durar até seis meses.

Depois desta postagem totalmente imparcial sobre o bacon, em que quase não emiti juízo de valores sobre o consumo desta gordurosa espécime alimentar e que argumentei equilibradamente do porquê cozinhar bacon, desejo-lhe sorte passado leitor, presente cozinheiro, futuro infartado.
Quem sabe da próxima vez não trago uma receita sobre Éledeéle au gorduré trans ou Sodium vol-au-vent...


...



Óquei. Me rendo. Bacon é muito saboroso e essencial em alguns pratos. Se usado com equilíbrio e em combinações corretas (no feijão, na couve, enrolado no frango, no purê de batatas...) ele substitui todos os outros temperos com primor. Além do mais, ele dispensa o uso de óleos ou margarina no cozimento. Quanto a ponto de ser saudável.. bem, é só questão de não comer uma peça de gordura por dia acompanhada de dois litros de coca (que contém muito sódio ao contrário de outras, né...).

Crocante, bem cozido ou picadinho. Mas nunca em forma de isopor colorido e mal-cheiroso.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Miojo. Fail?

Hoje é comemorado o Dia do Miojo. 
No dia 25 de agosto, a Nissin Miojo celebra os 53 anos do macarrão instantâneo no Brasil. Para isso vários chefs renomados, recriam a receita do tradicional miojo, usando ingredientes sofisticados e servindo em lugares chiques cobrando até 70 reais por algo que se paga 70 centavos no supermercado.
Aí você me pergunta: bom nesta data especial, nos trará uma bela receita de macarrão instantâneo ao molho bechamel, ou quem sabe Miojo ao fungii. Te respondo: não.


Que me perdoe Jamie, 
que me perdoe Adriá, 
mas fora do meu blog, 
o miojo está.


Sopa-macarrão! Onde já se viu??! Se for pra comer sopa, coma sopa. Se quiser macarrão, coma macarrão. Odeio misturar receitas.


Macarrão Pizza:


Junte numa forma ou refratário que possa ser levado ao forno um pacote de macarrão cozido. Coloque presunto e queijo picados (200g de cada), duas cenouras e dois tomates em cubos, uma lata de ervilha, meia cebola picadinha, ervas frescas e orégano. Seguindo esta base acrescente o que quiser: peito de frango desfiado ou uma lata de atum, milho verde, brócolis cozido, vagem, abobrinha, bacon, mortadela, ovos cozidos, e etc infinitamente. Misture e coloque uma (ou duas se precisar) caixinhas de creme de leite e uduas colheres bem cheias de maionese. Tempere a gosto com sal, pimenta, noz-moscada (minha paixão), mostarda, shoyu...Leve ao forno até que fique quente e o queijo derreta.


Pizza de Brigadeiro: 


Para a massa bata 3 claras em neve, junte meia xícara de açúcar, as 3 gemas, meia xícara de farinha e 2 colheres de maisena. Leve para assar até dourar numa forma grande (para que a massa fique fina). Depois de assado, coloque brigadeiro (uma lata de leite condensado, chocolate em pó o suficiente e duas colheres de margarina até desgrudar da panela) e polvilhe com granulado. Sirva com sorvete opcional.





 As receitas não ficam prontas em três minutos (nem o miojo), mas você terá bem mais do que três minutos de prazer (!) degustando-as.


PS: Jamie = Jamie Oliver, um lindo, simpático, chef inglês, apresentador de programas de receitas e quem sabe meu futuro marido. 
Adriá = Ferran Adriá, renomado chef francês, precursor da gastronomia molecular (espumas, comidas que explodem na boca e etc...), cujo restaurante tem 3 estrelas (máximo) no guia Michelin (principal guia culinário do mundo). Ou seja, é o cara foda do momento.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Simplesmente um luxo.

Desafio:
1. fazer uma sobremesa de chocolate.
2. que tenha como ingrediente curry ou manjericão
3. ela tem que ser gostosa.

O challenge foi tirado de Top Chef just Desserts pelo Davi e Mar..Daniel!. Eu deveria confeccionar uma sobremesa de chocolate que levasse curry ou manjericão, assim como os grandes chefs do programa criaram. Aceitei testar com ambos os temperos. O resultado foi o seguinte:

Bombom húngaro de manjericão
Para 15 bombons pequenos usei:
1/3 de bolo pronto de baunilha (neutro). Fica melhor se usar pão de ló caseiro, mas não tinha isso ao meu alcance...
1/2 xícara de calda de chocolate (ferva leite, um quadradinho de barra de chocolate meio amargo e folhas de manjericão)
duas colheres de sopa de manjericão fresco picado
Esfarele o bolo num recipiente, junte o manjericão e regue com a calda até que se forme uma massa firme e homogênea, possível de se moldar em bolinhas. Modele os bombons, mergulhe em chocolate meio-amargo derretido, escorra e leve para gelar.

Mousse de chocolate com curry
Bata creme de leite fresco ou mistura para chantilly (de preferência sem açúcar) e misture chocolate meio-amargo derretido. Aqui as quantidades são variáveis. Utilizei cerca de duas xícaras de chantilly batido e meia barra de chocolate derretida. Para temperar use, para a quantidade mencionada, meia colher de café de curry em pó.
Leve para gelar em recipientes individuais.

Banana caramelada ao curry e cobertura de ganche
Derreta duas colheres rasas de acúcar com meia colher de café de curry em pó. Ao começar a derreter adicione uma banana cortada em rodelas não muito finas. Deixe caramelizar, virando as bananas delicadamente. Coloque num prato ou numa taça de vidro e cubra com ganache (chocolate derretido com creme de leite o suficiente para se tornar um creme espesso)
Testei inicialmente com peras e deu certo. Mas prefiro a banana, que combina perfeitamente com o chocolate. Ahhhh  sirva quente com sorvete de creme, se puder.


Eu provei estas, teoricamente, requintadas sobremesas e gostei. Realmente os dois temperos dão um sabor diferente ao chocolate: o curry deixa um sabor levemente apimentado enquanto o manjericão confere um pouco de frescor ao bombom. Mas acredite, são totalmente dispensáveis.
Nenhum dos dois faz o papel de "oh-meu-deus-se-não-tivesse-colocado-isso-a-sobremesa-ficaria-intragável".
É legal, por serem ingredientes inusitados para doces. Dão certa sofisticação, pelo menos ao nome dos pratos.
Por isso, para a primeira receita, exclua o manjericão e complemente a mistura do farelo de bolo com alguma castanha picada: castanha de caju, do pará, nozes ou amendoim.
Na segunda receita... bom ignore o curry e utilize como mousse, recheio ou cobertura de bolo.
Na terceira, troque o curry por canela, ou deixe sem nada mesmo. Não precisa de ganache. O chocolate derretido puro, quando endurece contrasta em textura com a maciez da banana.

É amigos, não precisamos de ouro em pó, muito menos de caviar para transformarmos nossas refeições em pratos dignos de Top Chefs.
Basta apenas...criatividade, tempo, dinheiro, ingredientes, paciência, acessórios de cozinha, vontade, estímulo, um porta-temperos com curry, uma horta com manjericão fresco, espaço na geladeira, inspiração, falta do que fazer, um blog para manter, etc, etc, etc...

PS: após criteriosos e rígidos testes e um controle de qualidade rigoroso (leia-se: amigos) concluiu-se que a terceira sobremesa é a melhor. Concordo.

domingo, 14 de agosto de 2011

Cozinhar. Não apenas.

O ato de cozinhar não se resume a apenas preparar ingredientes e servi-los. Há mais entre o fogão e a pia do que pressupõe vossa vã filosofia.
A arte da cozinha começa cedo, com o acompanhamento quase diário da rotina materna, uma devoção quase religiosa ao vislumbramento das etapas que envolvem o preparo do almoço. Dessa passiva admiração inicia-se a fase da participação mais ativa, seja lavando alface ou a louça. Nesse ponto alguns abandonarão a cozinha de vez. Mas quem disse que no primeiro dia num restaurante começaremos como sous-chef? A louça e o chão sujo são os primeiros passo de um caminho repleto de cascas de legumes, cebolas a serem descascadas e que somente no final terá um prato de louça branco com uma vieira esperando pra ser finalizada com seu molho curry.
Além disso, olhando o momento de preparação de um prato, não nos basta apenas abrir a geladeira cortar legumes e carnes aleatoriamente e num passe de mágica teremos algo criativo e gostoso. Não. Nada disso. São necessárias horas de análise combinatória com os ingredientes disponíveis, frustradas tentativas de temperos e meses se acostumando as mesmas coisas se tornando pratos finais diferentes para que tenhamos algo digno de (auto)elogios.
E acredite, para mim, fiel cozinheira e adoradora de pias limpas e cozinhas organizadas, não há nada mais prazeroso do que viver esse processo por completo.
A felicidade e satisfação que uma boa comida nos traz é capaz de fazer com que eu, durante horas, reflita os pratos que poderiam ser feitos com os itens de minha humilde reserva alimentícia. Ou quem sabe algo que possa ser servido aos amigos num final de um dia cansativo, que custe pouco e agrade a todos.
Ao fim desse processo pensativo, está criada uma expectativa que vai ser responsável pelo ânimo necessário para a verdadeira confecção do, às vezes simples, prato. Planejar mentalmente a ordem de preparo dos ingredientes, calculando com exatidão o tempo de cozimento e a adição de algum tempero no momento correto. E, acreditem, ao mesmo tempo, conversar, rir e ouvir uma música. Posso abrir mão do conforto do sofá e da mera apreciação dos cheiros da comida sendo preparada, mas tenho em troca o camarote Vip para acompanhar a transformação de simples pedaços de carne com cebola triturada, numa maravilhosa lasanha. E o mágico neste caso sou eu.
Nesse meio tempo o arroz pode queimar, o legume passar do ponto e a carne ficar crua. E aí a vontade de lançar a panela de pressão pela janela, junto com a sua cabeça acaba te sufocando. Mas lembre-se: sempre temos na agenda o telefone da pizzaria de dez reais, ou uma dúzia de ovos que poderão se transformar numa nova jornada culinária (supondo que não tenha lançado sua frigideira dentro da privada ainda).
Mas se tudo der certo, chega-se ao ápice da noite, o clímax da cozinha, o momento da revelação final, em que cuidadosamente pegamos nosso prato da coca-cola e organizamos com um carinho materno e expectativa quase incontrolável as partes que farão o prato, sempre finalizando com uma erva, um molho colorido ou quem sabe uma cereja que não é chuchu.
 Aos nossos olhos, a mera composição arroz+feijão+salada+carne, se torna um primor culinário. E a grande satisfação é saber que ao estômago dos que provarão, aquilo também foi um primor. Não ficamos apenas na espera do veredito final, da cara de prazer e dos longos agradecimentos e elogios. Não que isso não seja a razão de grande parte de nossa vida, motivo de sorrisos orgulhosos e felicidade eterna.
O que quero dizer é que cozinhar não é apenas cozinhar e servir. É algo muito mais abrangente e prazeroso. Envolve todos nossos sentidos e exige de nós toda a concentração (durante todo o processo e vida culinária) ao mesmo tempo que serve pra relaxar e apenas satisfazer uma necessidade biológica.  Comida gostosa é feita com amor? Talvez. Acredito mais que a intensidade de qualquer emoção reflete no prato a ser feito, seja ela a raiva, a dor ou frustração. O mero fato de sentirmos enquanto cozinhamos transforma as coisas simples e rotineiras em algo surpreendentemente marcante.

As grandes obras são belas por serem inteiramente belas: o início, o meio, e o fim, que por mais trágico que seja, passa a ser poético e sua tristeza se faz bela pelo fato de que esta parte compõe algo inteiro, muito maior que ele mesmo. Cada parte se completa e nenhuma delas nos emociona sozinha. Elas são necessárias, e por maior o sofrimento, dor e desespero que cada fase possa trazer, ele é vital para que possamos notar as alegrias, amores e belezas do resto da história. Ao final de cada uma delas, deixam em nós algo a ser pra sempre lembrado como apenas uma memória ou como o grande aprendizado de sua vida. Quando termina-se algo que um dia foi bonito, possibilita-se o início de um novo conto, uma nova canção, uma nova história que poderá se tornar eterna ou ter seu fim da mesma forma.
"Que seja eterno enquanto dure". Seja isso um poema, um romance ou uma nova receita.

domingo, 24 de julho de 2011

Dias gostosos de chuva fina...

Segue uma receita prática, monopanelística, ou seja, caros senhores leigos em meus neologismos dignos de Guimarães Rosa: uma receita que só usa (e suja) uma panela.


Sopas:


Consiste em uma mistura de carne, legumes, macarrão/arroz, em um caldo, servida quente, geralmente acompanhada de pão, vinho, muito frio e conforto. Sem pressão mas o ideal é fazê-la numa panela de pressão.

Sua confecção se inicia geralmente com o cozimento da carne usada: Refogue bastante alho e cebola, deixe bem dourado. Daí adicione a carne. Inspire e vamos lá:
- Frango: use peito de frango em cubos, coxinhas ou sobrecoxas de frango. Deixe dourar bem o frango, de preferência com a pele, ao menos nessa etapa, pra deixar mais saborosa. Retire-a depois se preferir. Deixando uma cor bonita no frango agora, além de encorpar a o caldo, impede que o resultado fique semelhante a grande população consumidora desse tipo de comida: doente e pálida.
-Carne de porco ou linguiça: idem frango, só que o tempo de cozimento é maior, devido a riscos biológicos contidos na carne em forma de ovos de vermes.
- Carne de vaca: recomendo carnes de segunda> mais baratas, mais saborosas e bonitas. Geralmente se utiliza músculo, acém, paleta. Corte a carne em cubos (ou peça pra vir cortado) e frite bem no alho e cebola. Nesse caso será necessário adicionar um pouco de água (até cobrir a carne) e deixe na pressão. O tempo varia de acordo com a quantidade de carne/água e qualidade da carne em si. Nesse caso deixe de dez em dez minutos na pressão, desligando o fogo a cada período para provar.

Se for necessário usar água no cozimento da carne, não tem muito problema colocar água demais porque ela formará o caldo da sopa depois. Podem ser usados caldos industriais pro preparo. Não recomendo. Se temperar bem  a carne com alho, cebola, talvez pimenta do reino, sal, ervas tem-se um resultado muito melhor, porque faz com cada ingrediente tenha um sabor leve dos temperos, ao contrário do caldo de pozinho que deixa sua linda mistura de carne e legumes com gosto de "coisas-sólidas-e-coloridas-com-gosto-unicamente-do-caldo-knorr".

Carne pronta começamos a fase dos picadinhos. Não fujam, queridos usuários do RU da Ufscar, pelo aparecimento deste traumático nome. Picadinhos serão todos os legumes.
Quanto mais, melhor, mais nutritivo ou seja mais anos em sua expectativa de vida.
Cenoura em rodelas, ou cubos, vagem, batata em cubos, batata-doce, mandioquinha, abobrinha e etc. Coloca-se conforme o tempo de cozimento: primeiro cenouras e vagem, depois batatas e por último mandiocas e cia ltda.

Na canja usa-se o arroz. Costumo colocar em torno de uma xícara para uma sopa pra quatro pessoas, junto com as cenouras. (aliás, nunca vi sopa individual. A não ser aquelas sopas em pó, que sem sombra de dúvida, são em minha humilde, modesta e melhor opinião a coisa mais ruim, horrível, mal-cheirosa, de gosto mais absolutamente repugnante do mundo comestível e não-comestível. Sem exageros.)

Outra opção é o macarrão. Coloco antes da batata. Geralmente utiliza-se do tipo ave-maria, pai-nosso, conchinhas ou para os mais cultos, o macarrão de letrinhas. Siga o tempo de cozimento do pacote.

Na sopa de feijão, feita com o macarrão, parte do caldo é feito com feijão cozido batido.

Na finalização (quando todos os ingredientes estão devidamente cozidos, sem estarem moles demais) adicione bastante salsinha e cebolinha. Em torno de uma xícara das ervas picadas.
Para deixar a sopa uma refeição ainda mais "mãe", coloque verduras no prato antes de por a sopa. Couve, rúcula, repolho, espinafre e outras folhas firmes tornarão a refeição digna de Popeye.

Coma acompanhado de pão amahecido, frio e chuvinha fina debaixo de um cobertor assistindo (no meu caso  de garota obssessiva) programas de culinária.
Olha que coisa fofa e organizada! E não sou eu!

sábado, 18 de junho de 2011

MenuEta's


Nada como um nome de um clássico para apresentar três receitas clássicas em um menu de rimas dignas de um poema clássico:

Entrada: bruschetta
Prato Principal: polpetta
Sobremesa: Romeu e Julieta


Bruschetta

Receita digna de José Dias: deliciosíssima; facílima em seu preparo, refinadíssima em sua denominação.

A brusqueta (escreva como se lê) nada mais é do que fatia de pão italiano torrado, com recheio (queijo muitas vezes), que pode ou não ir ao forno.

Pão:
Corte fatias grossas de pão italiano (aproximadamente 3,14159265cm cada uma) ou use pão francês cortado ao meio. Passe margarina/manteiga pura ou especial. Aí eu te pergunto: Especial?? Pegue a gordura escolhida e deixe fora da geladeira até ficar cremosa (ponto de pomada). Junte orégano, ervas finas, ervas frescas, pimentas, noz-moscada, alho e o que quiser. Pronto. Sua simples doriana se transforma numa ultra-high-definition gordura vegetal.
Passe a margarina no pão e o leve pra tostar numa frigideira até que fique dourado e crocante. Reserve.

Recheio:
Queijo. Muito. Vários. Ralado ou em fatias. Coloque em cima da torrada uma quantidade generosa proporcional ao tamanho do pão. Pode ser uma mistura de vários queijos (parmesão-mussarela-prato) ou apenas seu preferido. Neste momento pode-se levar ao forno até que o queijo derreta para passar pra próxima etapa. Ou deixar pra colocar tudo e levar ao forno somente na fase final.
A próxima etapa em questão é a salada-vinagrete: pique tomates em cubos (sem semente) adicione azeite, manjericão ou outras ervas e temperos a gosto. Acrescente cebola picada ou em rodelas (a roxa deixa o prato mais restart, o que na cozinha não é necessariamente ruim). Como dito, acrescente a saladinha acima no dueto pão+queijo já quente, ou frio ainda, para levar ao forno na finalização. Se quiser regar mais azeite ainda quando for comer fique à vontade.
Aqui se tem a idéia mais básica e fácil pra essa receita. Mas o recheio é variável e pode ser feito de acordo com a imaginação do metido à chef em questão:
- Vetegal: bruscheta à frio, com patê de ricota e cenoura no lugar do queijo e salada de rúcula no lugar do vinagrete.
- Fúngico: Refogado de cogumelos no lugar do vinagrete ou do queijo. Ou apenas com complemento do duo acima.
- Animal (oh yeah!): carne moída refogada com queijo e o vinagrete de tomate.
O objetivo principal é contrastar gostos, temperaturas e texturas: o frio e acidez do tomate, a maciez e sabor do queijo quente e a crocância do pão.
Uuuuuh!! massa crocante!

Polpetta

Não se engane. Polpetta é o nome fresco de almôndega. Ela é bem simples de fazer:
Ferva molho de tomate. Pode ser do pronto, mas nesse caso acrescente um pouco de água para que o molho não fique tão espesso. O caseiro, feito com tomates maduros batidos no liquidificador e fervido lentamente em fogo baixo com cebola, alho e uma folha de louro, é bem melhor.
Tempere carne moída suficiente com sal, cebola picada, alho, pimenta, ervas a gosto. Junte farinha de rosca e ovo (para meio quilo de carne meia xícara de farinha, ou dois miolos de pão e um ovo) e misture bem até que vire uma massa homogênea. Modele as bolinhas, recheando ou não com pedacinhos de queijo e vá colocando essas pequenas esferas dentro do molho quente. Quando terminar de colocar toda a carne em forma de polpettas, não mexa até que todas as almôndegas estejam bem cozidas. Tampe. Se precisar, chacoalhe a panela delicadamente para que as bolinhas se assentem.
Se o molho ficar muito ralo acrescente uma colher de maisena ou polvilho doce, que engrossa e deixa o molho brilhante.
Coma acompanhado do (novamente) clássico arroz, feijão, ou com purê de batatas (batatas cozidas amassadas+leite+margarina+sal e noz moscada).

Romeu e Julieta

Para fechar o menu da mesma forma que comecei temos um clássico culinário e literário: o queijo com a goiabada.
A estranha mistura (para alguns) do doce com salgado numa sobremesa, na realidade é uma composição perfeitamente harmoniosa, não enjoativa, cujos ingredientes nasceram pra ficar juntos, tal como o casal de Shakespeare.
A combinação pode ser representada pela fatia de queijo meia-cura ou fresco com uma fatia de goiabada, cheesecake de goiabada, geléia de goiaba com cream cheese e eticétera.

Assim finaliza-se o menu sugerido de uma forma leve e romântica. [suspiro]

Fim


PS: Pra mim ficou muito claro, não sei pra vocês (afinal fui eu quem inventou, pensou e fumou pra poder bolar isso)> o título faz alusão a uma música clássica: Minuet de Bach, através da junção da palavra Menu (mení em francês) e a terminação “eta”, sílaba presente no nome de todas as receitas descritas, dando como resultado a palavra MenuEta, que sonoramente se assemelha ao título da composição Minuet.

Genial, não? Óquei, não é genial. É viajado total. Mas isso é resultado de um brainstorm maluco numa tediosa, fria e solitária sexta-feira de Bauru.

PPS: Some prova, mais final de semestre, mais 200h de estágio no laboratório/biblioteca do hospital de Bauru, mais internet limitada aos finais de tarde dos dias úteis e obtêm-se um blog sem atualização no último mês. Até tinha o rascunho de duas receitas, mas preferi uma coisa mais fresca e nova.

PPPS: Só pra registrar: comida de hospital não parece comida de hospital. É excelente por sinal.

PPPPS: adoro...

PPPPPS: ...post scriptums!!

domingo, 15 de maio de 2011

Pê ésse, dois pontos

A última receita foi postada e testada simultaneamente. Ela, em si, ficou muito boa e foi aprovada. No entanto, no dia posterior ao prato principal me deparei com alguns restos:
- as cascas do pão de forma (eu guardei, fiquei com dó de jogar tudo fora);
- um resto do frango ao molho que não coube no bolo;
-maionese;
- fome.

Assim, para meu jantar solitário hoje à noite resolvi preparar uma receita verde: não por ser saudável, mas sim por aproveitar restos e sobras.

Pegue as cascas de pão, coloque num prato e leve ao microondas por dois minutos, ou até ficar seco e torrado. No forno convencional use uma forma e deixe em fogo baixo até torrar. Agora você tem várias lascas crocantes de pão. Se quiser tempere o pão com azeite e orégano antes de torrar.

Se o frango tiver muito molho tente retirar esse excesso para deixá-lo o mais sequinho possível. Coloque maionese até formar um patê. Pronto.
Para comer, molhe as lascas, individualmente, no patê. Dependendo da quantidade de recheio que desejar, use a casca como uma colher, fartando-se do frango. Leve, educadamente, à boca. Deguste como se fosse um sommelier (se puder acompanhe de um vinho pra fazer jus à denominação), aproveitando ao máximo sua solidão e, no meu caso, meu livro de patologia.

Se organizar bonitinho no prato, teremos um petisco gostoso, prático e bem digno de buffet, diga-se de passagem:

Capriche no jantar. Mesmo que for só pra você.

sábado, 14 de maio de 2011

Bolo Salgado

Primeiramente gostaria de me desculpar pelo bolo (literalmente), que dei em vocês, agradabilíssimos leitores, permanecendo quase duas semanas, privando-lhes de meu humilde conhecimento culinarístico (culinário+artístico, vide brownie-poema).

Bom, na dúvida do que preparar este final de semana me deparei com certas limitações: forno que não funciona, cansada de macarrão e preguiça de fazer arroz. Por isso decidi fazer um bolo salgado: não é massa, não vai ao forno e é barato!

Portanto novamente lhes passo um bolo, não mais figurado e sim salgado.
Lá vai:

Ingredientes:
2 pacotes de pão de forma
um peito de frango (com pele e osso: mais barato e ao ser cozido, deixa a carne mais saborosa).
5 tomates maduros ou um sachê de molho pronto
alho, cebola, sal e outros temperos (salsinha e cebolinha que dão um toque refrescamente perfeitamente cabível numa receita que é servida gelada)
maionese
cenoura ralada (opcional)

First: cozinhe o frango: coloque-o numa panela de pressão com água até cobrir, sal, pimenta, coloral, louro e o que quiser. Deixe cozinhar por uma meia hora na pressão. Desligue o fogo e deixe que a panela esfrie sozinha. Tire o frango e deixe-o esfriar também para que não queime sua mão na hora de desfiar. Frio, limpe-o tirando a pele, o osso e as partes dispensáveis (deixe a carne!). Desfie-o.
Numa panela refogue alho e cebola (meia cebola e uns quatro dentes pequenos de alho), junte o frango e os cinco tomates batidos (no liquidificador ou picados loucamente com a faca) com um pouco de água. Não deixe muito aguado senão o bolo fica molengo.
Deixe ferver bem até que fique um frango bem molhadinho. Finalize com ervas frescas.

Pegue os pães e empilhe-os. Tire a casca, ou a parte mais escura com a...a....a.... "Faca?". É! A faca! Passe-a pela periferia das fatias num corte de cima para baixo.
Monte o bolo numa forma, refratário ou pote quadrado, pois eles se ajustam geometricamente bem ao pão também quadrado.
Siga a ordem: pão, frango, maionese, pão, cenoura ralada, maionese; ou: pão, frango, cenoura, maionese, pão.... Termine com pão e maionese.
Decore com uma casca de tomate moldada em forma de rosa e folhas de salsinha e cebolinha. Ou somente com batata palha. Se quiser substitua a maionese final por purê de batata. Mas é só mais trabalho sem um grande resultado no final das contas.
Leve para gelar.

Servindo com refrigerante, salgadinhos, bolo e parentes e obtêm-se uma ótima festa de aniversário.

Culinarístico, como eu disse!


Um beijo e um queijo!

sábado, 30 de abril de 2011

Um bolo. Ou mais.

Bolo:

3 ovos
2 xícaras de açúcar
2 colheres de margarina/manteiga
Misture
3 xícaras de farinha
1 xícara de leite
1 colher de fermento
Misture. Forma untada e enfarinhada. Forno pré-aquecido (180-220°C). 30 minutos em média.

Esta é a receita básica de qualquer bolo. Poderia encerrar o texto por aqui e deixar para cada um o papel de enriquecer a receita a seu modo. Mas o melhor desta receita é mostrar em que ela pode se transformar com pequenas mudanças (assim como grande parte das receitas postadas por aqui).
A receita acima pode ser feita na batedeira, liquidificador ou a mão. Com ou sem claras em neve. Mas o que escreverei aqui são pequenas variações que farão com que este bolo, se colocado em um caderno de receita, magicamente preencha umas dez páginas.

#0 Branco: é a receita acima. Resultará em um bolo branco básico que pode ser comido no café da manhã, com geleia, usado para fazer um pavê, montar um belo bolo recheado e etc. Pode-se adicionar essência de baunilha ou de qualquer outra coisa.

#1 Chocolate: Adicione toddy, nescau ou chocolate em pó ao final da receita. Não precisa diminuir a quantidade de farinha ou aumentar a de leite. Só coloque até ficar da cor de sua preferência.

#2 Formigueiro: acrescente formigas ao final da receita, ou deixe o bolo pronto aberto em cima da pia por uma noite. Ok, não é isso (sério??? juro que tava acreditando...¬¬'). Na realidade é só acrescentar chocolate granulado na massa e levar pra assar.

#3 Mesclado: Coloque metade da massa branca na assadeira. À outra metade adicione chocolate e jogue por cima da massa branca.

#4 Crocante: adicione na massa batida (branca ou de qualquer outro sabor) castanhas picadas, ou nozes.

#5 Panetone: na massa branca misture raspas de laranja e essência de baunilha. Isso deixa o sabor semelhante à essência de panetone. Misture frutas cristalizadas e/ou uvas passas ou gotas de chocolate.

#6 Laranja: Substitua o leite por suco de laranja natural e ao final da receita coloque raspas de limão ou laranja. Se quiser, com o bolo pronto e frio, jogue uma calda de açúcar com suco de limão (dá mais certo com glaçúcar, que é um açúcar bem fininho; coloque um pouco de açúcar num pote e jogue pouquíssimo suco de limão, até ficar uma calda grossa).
* Portanto substitua o leite por qualquer líquido não-venenoso que dá certo. Sério. Já fiz até com água.

#7 Banana: Capriche nas colheres de margarina. São duas bem cheias. Encha-as de modo que a colher de mãe pareça miserável. Ok nem tanto. Mas são bem fartas. Coloque a massa na assadeira. Corte bananas o suficiente para cobrir o bolo (corte rodelas e vá organizando em cima da massa). Polvilhe açúcar e canela e leve ao forno.

#8 Goiabada: Jogue metade da massa, coloque fatias de goiabada e coloque o restante da massa. Cubra com leite condensado depois de assado.

#9 Saudável: este entra na categoria "healthy food". Substitua o leite por iogurte natural ou suco de laranja e troque meia xícara de farinha por meia xícara de aveia. Tome com leite desnatado ou chá verde com adoçante, numa mesa branca cheia de mamão, granola e revistas Caras.

#10 Toalha Felpuda (é tão fofenho!): em vez de colocar os três ovos, separe as gemas das claras. Bata as claras em neve. Reserve. No bolo, troque o leite por leite de coco. Incorpore as claras em neve, delicadamente, na massa branca. Depois de assado, corte o bolo em pedaços e molhe-os com uma mistura de leite de coco com leite condensado (de modo que fique na consistência mais rala, se precisar adicione leite ou água). Passe os no coco ralado, embrulhe em papel alumínio e leve pra geladeira. Pode-se deixar o bolo na forma sem cortar. Mas fure bem o bolo com o garfo, jogue a calda com o coco ralado e leve para gelar.

Após anos de experiências bolísticas na cozinha (entre essas a de falta de ingredientes verificada apenas no meio da receita...), descobri que seguindo essa receita básica, e nunca esquecendo do fermento (nem usando um fermento comprado há mais de dois anos), as alterações na ordem, temperatura ou marca dos ingredientes, pouco mudam o resultado final. Assim, já iniciei o bolo batendo apenas os ovos e o açúcar até obter uma massa clara e fofa e depois pus a margarina; já usei leite fervendo em vez de frio; troquei açúcar refinado pelo cristal; troquei o leite pela água; untei a forma com margarina e polvilhei açúcar no lugar da farinha e etc...

Portanto, assim como a senha do facebook, a matéria da próxima prova (sei...) e a música do pente, decore esta receita e a tenha sempre em mente.


                                  

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Brownie-poema

Um novo estilo de receita,
Hoje pretendo estrear.
Uma delícia de chocolate
Fácil irei postar.

Não se atente a minha métrica,
Muito menos às minhas rimas.
Quem me dera fossem preciosas
Poeticamente, obras-primas.

Mas indo direto ao ponto,
O que é nosso objetivo.
A receita deste bolo,
Do qual nunca me privo.

O brownie de chocolate,
Pode, ao início parecer,
Um prato refinado
E difícil de fazer.

Mas querido amigo leitor,
Não se engane, não desista.
Este é de Palmirinha,
Nobel-culinarista.

A massa se inicia,
Com ingredientes na batedeira.
Mas se tens braços e colher,
Deixe de lado esta besteira.

Quatro ovos inteiros,
Num pote vamos quebrAR.
Duzentos gramas de margarina
E duas xícaras de assuCAR.

Tudo isso bata bem,
Fazendo o creme clarear
Se não estiverem gelados,
Os ingredientes não irão talhar.

Se quiseres e puderes,
Essência de baunilha adicionar
Duas colheres no máximo,
Para o bolo aromatizar.

A esta linda massa batida,
Uma coisa nos resta só:
Peneirar uma xícara e meia de farinha
E dez colheres de chocolate em pó.

Mas faça-me o favor,
E nada de toddy ou nescau.
Use chocolate em pó,
E siga a receita original

Misturando vigorosa e lentamente,
Aos poucos a massa adquire,
Uma bela cor e textura,
Dura e escura, mas não pire.

Em grandes colheradas,
Esta massa é colocada,
Numa forma com manteiga
Untada e enfarinhada.

Ao forno pré-aquecido,
O bolo, vamos levar
180-200 graus,
E 30 minutos esperar

O bolo vai crescer.
“Como?” você me questiona.
Não mencionei fermento
E nem esqueci, não sou bobona.

O ponto do bolo se dará,
Quando a massa estiver dura
Com uma bela crosta em cima
E o cheiro... uma gostosura!

Se nisso não confiar,
Finque uma faca ou palito
Se da massa, limpos saírem,
Bolo pronto, está dito.

No café da tarde ou da manhã,
Acompanhado de sorvete!
Uma bela idéia e sobremesa,
Gostosa pra cac***!

Que me perdoe Camões,
Que me perdoe Pessoa
Mas este terrível poema,
Traz uma receita muito boa.

Deste prato de chocolate,
Espero que tenham gostado.
Uma Boa Páscoa a todos
Pra mim também, muito obrigado!

domingo, 17 de abril de 2011

Panquecas!

Tentando dar seguimento à série de comidas saudáveis e que não se limitem à cenoura ralada com uma fatia de queijo fresco....

As panquecas na verdade serão o conjunto massa+recheio a seu gosto. Mas o mais importante é aprender a massa simples que poderá ser usada em muitas ocasiões e com os mais diversos acompanhamentos.

Ingredientes para uma receita de 10 a 15 panquecas finas:
1 copo de farinha de trigo
1 copo de leite
1 colher (sopa) amido de milho (opcional, acredite)
2 ovos
sal
1 colher (sopa) óleo de soja
Misture tudo, no liquidificador ou à mão. Se quiser, cozinhe algumas (muitas) folhas de espinafre escorra bem, espremendo até sair toda a água, e jogue no liquidificador. Se não possuíres este extraordinário instrumento de cozinha, pique o espinafre na faca intensamente. Daí a panqueca fica verde! Cenoura cozida deixa a panqueca laranjinha e beterraba cozida deixa a massa rosinha! Olha que fofinho, panquecas coloridas e nutritivas!!! (Você não vai achar tudo isso um monte de viadagem restart quando seu filho se recusar a comer qualquer coisa que pertença ao grupo das "comidas de verdade sem brinde do ben10").
Numa frigideira com óleo (uma ou duas colheres) jogue em torno de uma concha de massa para uma panqueca fina. A primeira geralmente dá errado Ela gruda e desmorona. Até a segunda talvez. Agora se você chegou à metade da massa e ainda não conseguiu fazer uma certo.....bem........Habibs> 08007782828
Pra virar desgrude as bordas da massa já meio cozida da periferia da frigideira e vire com uma espátula, ou, se não se encontra na situação acima descrita, vire a panqueca fazendo o movimento certo com a panela: jogue firmemente a frigideira pra frente dando um impulso pra cima. Dependendo da força que você fizer, a panqueca vira mais ou menos vezes antes de cair na panela de volta. Ou não.

O recheio pode ser variado: frango desfiado e refogado em temperos, cenoura, cebolinha, ervilha, palmito, nada; carne moída (coloque um pouco de molho de tomate e uma colher de farinha de trigo pra dar liga), presunto e queijo, goiabada.....
Enrole com o recheio, tanto na forma de um canudo, como na forma de um embrulho quadradinho. Coma direto ou leve ao forno com molho e queijo.
A massa pode ser usada para qualquer lanche. Uma ideia muito boa é montar em um refratário um ultra-lanche:
panqueca, panqueca, recheio (patês, presunto, queijo, carnes), alface, cenoura ralada, panqueca, panqueca, recheio (patês, presunto, queijo, carnes), alface, cenoura ralada, e assim muitas camadas.
Leve à geladeira essa lasanha fria enorme e corte ao servir. Fica muito bonito esteticamente e bem gostoso.

Coloridas!!!!

PS: Notei que, ultimamente, fico mais blogueiramente ativa quando não tenho tempo e tenho muita coisa pra estudar. Meu ócio não é criativo. Mas meu tempo reservado ao estudo e aprendizagem dos aspectos patomorfofuncionais do ca***** a quatro são extremamente produtivos.

domingo, 3 de abril de 2011

Green Big Mac

Como prometido a receita que iniciará a temporada verde neste blog é de hambúrger. A diferença dele para um lanche normal é que este será caseiro, sem excesso de sal, gorduras multissaturadas, conservantes químicos, corantes, aromatizantes, desinfetantes e outros Dantes deste inferno que nos cerca.

A primeira parte dele é fazer a carne do hambúrger. Usa-se carne moída. Ela pode ser bovina, de porco ou de frango. Só não use de minhoca, que pode dar rolo quanto à patente da receita.
A quantidade pra um hamburger é aquela que cabe na sua mão quando você faz uma bolinha (precisão: uncheck).
Bom, vamos temperar o dito cujo:
-sal à gosto, desde que seu gosto seja de pouco sal;
- temperos verdes: salsinha, cebolinha (essenciais), manjericão, tomilho, louro, hortelã e etc. Como sempre se não tiver fresco, use seco;
- alho e cebola picados;
- açafrão em pó, coloral, louro em pó, noz-moscada, pimenta-do-reino e etc... só não coloque temperos prontos do tipo Sazon-Knorr, que deveriam se chamar "Pressão Alta em pacotes de 15g".
- miolo de pão, ou farinha de rosca. Ele dá maciez e liga à carne.
Até aqui você pode moldar a carne em forma de hambúrger ou modelar em almôndegas e colocar pra cozinhar no molho de tomate (não é necessário frita-las antes; colocando-as no molho fervente elas cozinham e ficam saborosas)
Se nessa massa de carne, incrementarmos: tomate picado, cenoura, queijo e o que tiver, jogarmos numa assadeira como se fosse um bolo e levar para assar em fogo alto, teremos um delicioso kibe de assadeira.
Mas voltando para nosso delicioso disco de carne.... Modele os hambúgueres, inicialmente fazendo bolas de carne e posteriormente achatando-as numa superfície forrada com plástico, ou num prato. Faça discos grandes de carne porque, ao cozinhar, a coisa encolhe que só vendo. Frite em uma frigideira com pouco óleo. Ou congele os hambúrgueres, já moldados no plástico. Assim terá uma mistura prática, rápida e natural, para aqueles dias corridos (ou seja, todos).

Montando: use pão à escolha (pode ser integral, sírio, de hambúrguer, francês....), alface lavado, fatias de tomate.
Ok, até aqui. Daí, depois de todo o esforço pra picar cebolinha, reduzir o sal, usar pão integral e lavar alface, você pega e frita cinco fatias de queijo prato pra acompanhar. Pééééééééémmm!!
Uma fatia só é suficiente. Bacon e presunto são deliciosos, mas totalmente descartáveis.
Maionese. Passe um pouco de maionese no lado do pão que estará a salada. Eu disse pouca maionese no pão. Nada de um pouco de pão na maionese.
Bom: um hambúguer, alface, tomate, queijo, maionese, pão. Opcionais: picles, cebola, cenoura ralada, ketchup e mostarda.
Não esculhambe geral e tome uma Coca ok? Suco natural ou água, please.

Vai sujar muita louça, vai ocupar um bom tempo, pode dar tudo errado e você pode se machucar em meio ao procedimento. Mas pelo menos você vai reduzir o stress ao desocupar a mente do estudo e se concentrar na carne, aprender a errar e acertar na cozinha e gastar calorias ao lavar a louça. E como brinde começar a reduzir sua dose de anti-hipertensivos futuros.









Momento desabafo: preciso estudar agora.... aliás eu precisava antes de começar a escrever este texto. Quem me dera que tivesse essa dedicação para a maldita hepatite....
Foco! Foco! Foco! Foco! Foco! Foco! Fock! Fock! Fock! Fock! Fock! Fuck! Fuck! Fuck! Fuck! Fuck!
by Jorge

Slow food rules

Atendendo a pedidos (e necessidades) de conhecidos amigos anônimos, darei início a uma série de postagens seguindo a linha de comida saudável.

Posso dizer que tenho certa experiência em viver comendo pratos-exemplo de revistas femininas.
Digamos que no final deste ano eu e minhas irmãs comemos frango frito como quem que não comia há uma semana e de repente se depara com uma mesa de natal. Digamos que estou há uns dois anos sem comer batata frita feita em casa. Digamos que às vezes saio da mesa de jantar com a certeza de que ganhei no mínimo dois anos na minha expectativa de vida. Digamos que até o ano passado, o número de vezes em que comi no McDonalds de verdade, na minha vida inteira, foram três.
Digamos por fim que sou a pessoa certa pra falar sobre isso.

Comer comidas mais saudáveis não significa que viverás a base de filé de frango grelhado e nunca mais chegará perto de um torresmo. O problema é que existem pessoas que vivem praticamente dentro de uma panela de óleo quente e nunca chegam perto da parte verde do supermercado.
Pra iniciar esta série quebrando paradigmas, ensinarei uma receita de hambúrger. E ele não será de soja.

Não quero ser radical e muito menos fazer previsões apocalípticas para as pessoas que apresentam um estilo de vida diferente do meu e do ideal pregado pelas OMS's da vida. Longe disso. É errado impor novos hábitos às pessoas.

Só acho o seguinte: ou mude agora ou morra. #fail.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Bolo Floresta Negra

Bolo Floresta Negra

Ingredientes:

  • um bosque, de mata fechada, no meio do nada,
  • 60 m² de samambaias, musgos e trepadeiras,
  • 70 pés de carvalhos,
  • 20 kg de pedras
  • muitas teias de aranhas, escorpiões e morcegos,
  • animais selvagens (lobos e ursos de preferência)
  • 100 litros de tinta à óleo cor preto tenebroso,
  • carvão a gosto
  • um castelo medieval com torres e muros de pedras,
  • um mestre-das-trevas.
Junte tudo isso, deixe repousar por cerca de 100 anos, até que esteja escuro e malévolo. O ponto certo é observado quando se começa a ouvir barulhos aterrorizantes, uivos e gritos, e ao se notar o desaparecimento de clareiras e luz solar.
Não recomendado para usuários de vestimentas do tipo capa, da cor vermelha, crianças pobres esfomeadas orientadas por migalhas de pão e membros da realeza do sexo feminino.





Receita clássica inspirada pelos Irmãos Grimm, por Irmãs Selegatto.

domingo, 13 de março de 2011

Creme doce

Food, sweet food!
Sabe quando bate aquela larica de comer alguma coisa doce e só o que vem à cabeça (e do armário) é o clássico brigadeiro? Então, se você só tem leite condensado e toddy, sinto muito mas é isso a única coisa possível.

Mas se você tá afim e se o dinheiro ainda não está no fim, vá ao supermercado e compre: uma lata de leite condensado, uma caixinha de creme de leite e amido de milho (não leve em conta as melhores marcas; já fiz o creme Carrefour e ficou bom do mesmo jeito).
Numa panela coloque a lata de leite condensado e três colheres de maisena dissolvidas numa lata de leite (use a lata do leite condensado como medida). Leve ao fogo baixo mexendo sempre até engrossar e ficar com a textura de creme de padaria (como os que recheiam sonhos e bombas em geral).
 Depois do creme frio acrescente o creme de leite e misture bem até que fique liso. Adicione essência de baunilha se puder e quiser. Pronto. Agora pode ser usado em mil receitas doces:

#1 Bolo recheado: faça um bolo ou compre aquele pullman, corte em fatias, forre uma forma com plástico e alterne camadas de bolo umedecido com leite e o creme descrito acima. Deixe na geladeira por algumas horas, desenforme e cubra com chatilly ou ganache (chocolate derretido com creme de leite).

#2 Pavê: depois da brincadeirinha pavê-pacomê, pegue um pacote de bolacha maisena ou bolo mesmo, umedeça no leite com chocolate e forre um refratário. Jogue todo o creme por cima e leve à geladeira. Por cima decore com frutas, castanhas, confetti ou bolachas moídas.

#3 Torta de Morango: bata bolachas maisena no liquidificador, ou triture-as com a mão até formar uma farofa. Misture com um pouco de margarina derretida e forre uma forma de fundo removível ou uma forma forrada com plástico. Jogue o creme e leve para gelar. Faça duas receitas de gelatina de morango e deixe esfriar. Corte morangos ao meio e coloque-os organizadamente no creme. Despeje, delicadamente, a gelatina por cima e gele até que a gelatina esteja endurecida. Pode-se substituir a massa de bolachas pela massa da trouxinha de maçã assada.

#4 Creme Doce Gourmet: em taças ou em recipientes individuais de plástico apropriados, coloque o creme e misture com frutas frescas, secas ou cristalizadas, castanhas ou nozes, ou alterne creme-ganache-creme-ganache.

#5 Creme Doce Gurmê: coma o creme puro, na colher.

O creme é demais, básico e que por isso pode ser usado em muitas coisas à criatividade do freguês.


Versátil, eu diria.